Completamente irreverentes, as Vanguardas Europeias trouxeram uma nova forma de enxergar a Arte como um todo. A própria expressão de origem francesa "vanguarda", que quer dizer "estar à frente", como se os intelectuais e artistas daquela época pensassem a vida de modo mais moderno, além da mentalidade já existente. Por isso, os movimentos foram marcados, mais precisamente, pela ousadia e pela vontade de transformar o pensamento do que seja o belo, do que seja a arte. Essa ousadia, evidentemente, provocou um choque na cultura artística que até então era valorizada pelos apreciadores da boa arte. No entanto, para que o objetivo dos artistas desse período fosse alcançado, essa "nova arte" precisava passar por essa renúncia inicial, o que de fato aconteceu.
Tivemos vários movimentos de vanguarda, mas quatro deles se destacaram em meio a todos: o Futurismo, o Cubismo, o Dadaísmo e o Surrealismo. Cada um deles, embora apresentassem objetivos específicos distintos, todos ansiavam a tentativa de revolucionar os ideais de arte, apresentando novos contextos, novas temáticas, novas formas, novos impactos e novas formas de ver o mundo, espaço já esse marcado pelas inovações tecnológicas, pelas descobertas científicas e pelo comportamento social, mais movimentado e com menos "amarras sociais"... É importante destacar aqui a importância do contexto histórico no qual se desenvolveram as Vanguardas, pois cada uma delas busca refletir, direta ou indiretamente, a visão histórico-social de seus representantes.
Em linhas gerais, o Futurismo (1909) foi um dos movimentos mais chocantes para a sociedade europeia da época, ainda acostumada com as linhas sutis e previsíveis da arte tradicional. Antes de mais nada, os intelectuais do movimento futurista, liderados pelo italiano Filippo Tomasso Marinetti, aboliam qualquer conceito tradicional. Detestavam a arte clássica, as regras da língua e qualquer manifestação que trouxesse ou defendesse o "bom gosto" do que era tradicionalmente visto como arte. Assim, os futuristas destacaram em suas obras de arte o culto à velocidade (devido à invenção do carro, pelo qual eram encantados), o culto à violência (considerada única forma de "higienizar o mundo") e o total desapego às regras formais da língua, criando uma literatura ousada e livre.
O Cubismo (1907), inaugurado pelo pintor espanhol Pablo Picasso, trouxe uma nova forma de enxergar a arte, no sentido literal do termo. A inovação trazida por esse movimento consistiu na criação de obras artísticas que apresentassem, aos olhos do apreciador, diferentes perspectivas sobre a tela, cujas imagens mudavam de forma, luminosidade, postura etc. Para isso, os artistas simpatizantes desse movimento valorizavam bastante em suas obras o uso das figuras geométricas, que sobrepostas, criavam esse efeito múltiplo de diferentes pontos de vista. A obra que oficializou o início do Cubismo na Europa foi As Senhoras D'Avignon, quadro pintado por Picasso.
Sem sombra de dúvidas, o Dadaísmo (1915) foi a vanguarda mais chocante. Isso porque seus participantes buscavam, de fato, revolucionar o conceito do que é belo e, consequentemente, do que é arte, do que é que pode ser considerado arte. Da mesma forma que o primeiro movimento, o Dadaísmo repudiava tudo aquilo que era considerado tradicional, incluindo aí o fato de que, para ser artista, o indivíduo precisa ter o dom. Por conta disso, a principal postura criada pelos dadaístas foi a banalização da arte e, consequentemente, a banalização do artista. As obras do Dadaísmo são, no mínimo, curiosas e extravagantes, para não dizer estúpidas, na opinião de alguns. Fora isso, soma-se a forma original para a construção de poemas a partir da técnica do read-made. Um primor!
Finalmente, o francês André Breton inaugurava, a partir da publicação do Manifesto Surrealista (1924), o Surrealismo, trazendo o mundo da fantasia, dos sonhos e da imaginação para as artes. Também objetivando transformar os conceitos de arte e influenciado pela Psicanálise, que atingia o seu auge, o Surrealismo inovou na utilização do inconsciente como forma de ativação da criatividade artística. Isso explica obras que apresentam imagens fantasiosas, que desafiam a percepção do observador, criando umas das mais lindas linhas de pintura já existe no mundo.
Os slides que disponibilizo abaixo trazem um aparato geral do que foram, o que objetivavam e quais foram as repercussões na arte (d)as Vanguardas Europeias. Como ilustração, estão anexadas aos documento as principais obras do período para apreciação.
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TUDO SOBRE AS VANGUARDAS EUROPEIAS
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