domingo, 9 de setembro de 2018

Quinhentismo

Falar de Quinhentismo é falar de Brasil. Iniciado nos primeiros anos do século XVI, foi nessa época que nosso país ganhava seus primeiros contornos sociais, criando a nossa cultura através do modo de ser e de viver dos povos que há muito aqui habitavam. Embora alguns estudiosos defendam que o Quinhentismo não seja uma estética literária, é certa sua importância no cenário brasileiro.


Particularmente, eu sou um apaixonado pelo movimento quinhentista. Não somente pela produção (literária?) daquela época, mas por seu forte peso histórico. Depois de todos os fatos que geraram a vinda de Cabral ao nosso país por engano, aqui começou com o Pe. José de Anchieta (agora Santo!!!) os primeiros traços de nossa Literatura, a partir da produção teatral do padre jesuíta.

Didaticamente, o movimento quinhentista deu início no ano de 1500, quando Cabral chega às terras brasileiras e o escrivão de sua frota, o senhor Pero Vaz de Caminha, envia a Carta do Descobrimento ao rei D. Manuel em Portugal. Os estudiosos demarcam esse momento como o período da Literatura de Informação, caracterizada e representada pelas imensas e infindáveis cartas e relatórios dos escrivães das frotas portuguesas, relatando os principais acontecimentos das viagens. A Carta de Caminha é considerado o primeiro documento oficial brasileiro, embora hoje ele esteja em Portugal.

Da chegada do Pe. José de Anchieta aqui no Brasil, por volta de 1550, os estudiosos unanimizam o início da chamada Literatura Catequética, cujos textos, produzidos pelo padre jesuíta, possuem como objetivo realizar um trabalho missionário-catequético com os índios que aqui habitavam. Como o padre não conhecia a língua tupi, a saída encontrada foi realizar apresentações teatrais para ensinar aos índios os dogmas do Cristianismo, à época em grande crise por conta da Reforma Protestante.

É justamente aqui onde se encontra a divisão de opiniões entre os estudiosos. Se Anchieta usava textos teatrais para ensinar os índios o catolicismo não seriam esses textos literários? Se assim sendo, não seria também o Quinhentismo um movimento literário? De uma forma ou de outra, o fato é que aqui se comprova a grande interdependência entre História e Literatura: é impossível compreendermos o espírito literário de uma época se não soubermos e compreendermos o momento histórico em que esse espírito prevalecia nos textos literários.

E é nesse sentido que, para compreender o movimento quinhentista, é necessário fazer um mergulho profundo na história do início de nosso país, o que pode ser realizado a partir das leituras das cartas e relatórios dos escrivães navegantes. Serão nessas leituras que perceberemos que houve um grandioso movimento de conquista e influência sociocultural iniciando na história de nossa literatura um dos momentos mais marcantes: a descoberta de um mundo cheio de novidades e o primeiro contato de povos de origens e culturas tão diferentes que mudariam radicalmente os contextos de nosso país.

Os slides para download abaixo abordam, de forma resumida e de modo bastante didático, as reflexões aqui realizadas, começando desde o objetivo do "movimento", passando pelo contexto histórico, produção e escritores, até o destaque às principais obras daquele período.

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